"Assim como "Emicida" uma das maiores referências atuais da nova safra do Hip Hop brasileiro, "Mano Robson" de forma independente se destaca pelas redes de internet, com o CD entitulado "Nascido Pra Guerra", tráz a conhecimento público como sobrevive um jovem negro em Codó, interior Maranhense."
por: Gildean Silva Panikinho - Pode Crê!
Ao passar por Sampa com o seu CD embaixo do braço, e com sua história guerreira, Panikinho fez uma entrevista para saber um pouco mais sobre éssa trajetória que promete ser um ótimo referencial para a o movimento Hip Hop Nacional;
Panikinho Pode Crê! - Como começou o projeto do Cd "Nascido Pra Guerra", fale das Letras e Produção?
Mano Robson - O CD começou a partir da inspiração na minha propria realidade, do que vejo, do que sinto, o O CD e as musicas são é uma dissertação auto biográfica do meu cotidiano, e consequentemente dos que estão à minha volta, que se parecem comigo, que sofrem da mesma dor. A produção foi feita por mim e pelo meu parceiro Petekão da Casa do Hip Hop no Piauí, um dos melhores produtores que temos lá.
Panikinho Pode Crê!- Quais são as dificuldades e as vantagens de se fazer Rap na região nordeste do país?
Mano Robson- As dificuldades são várias mano, que vão desde a falta de acesso à equipamentos, materiais para o aprimoramento do trabalho, até a falta de apoio por parte dos orgãos públicos ligado à incentivos culturais, que poderiam nos ajudar, mas pelo contrário sempre dificultam nossa caminhada,ja perdi até as contas de quantas vezes fomos convidados para representar o município em festivais e dentro e fora do Estado, e nunca conseguimos se quer o transporte, um obrigado, uma ajuda de custo, nem passagens para nos deslocar-mos de Codó pra São Luis, nada!
Panikinho Pode Crê!- Como é ser Negro em Codó? Fale sobre a questão racial nas letras de Rap ainda é necessário?
Mano Robson- Mano, ser negro numa sociedada racista ja é complicado, em Codó então, que ainda tem resquícios de tradições escravocratas, coronelismo, barões que cumprem papeis de novos senhores de engenho e uma polícia que cumpre papel de capitães do mato, eu sei de onde vim, sei da minha história e do meu povo, mais aqui em Codó a maioria não sabe. Eu e minha BAN-K, é quem somos aqueles que tentam atravéz do Rap, abrir os olhos do nosso povo, para não cairem nas armadilhas dos poderosos da cidade, que enriquessem à custas do trabalho escravo contemporaneo, entende!.
Panikinho Pode Crê!- Porque lançar o CD na Fundação Casa(ex Febém) da maior metrópole Brasileira?Panikinho Pode Crê!-- Soubemos que você tem muito conhecimento em tecnologia alternativa,
como Softwere livre, plataforma Linux, fale como o adiquiriu e da sua importância nos dias de hoje, com a questão da Educação e a Exclusão Digital?
Mano Robson- Hoje em dia ja não se fala mais tanto naquele analfabeto, que não sabe ler ou escrever, e sim , naqueles que não tem acesso à tecnologia, eu sou técnico especialista em software livre, desde 2006, devido ào aproveitamento que fiz de um projeto social chamado Centro de Referencia da Cultura Hip Hop, que numa parceiria com o Minc, levou cursos de Linux para a cidade de Teresina que é onde morei por 4 anos. para a Educação é super importante os alunos terem acesso e se apropriar dessas ferramentas tecnológicas, Saber criar, ler , enviar um e-mail é o básico para quem quer se comunicar e eliminar fronteiras, e foi justamente éssa ferramenta que possibilitou que eu estivésse aqui hoje em São Paulo para lançar e divulçgar meu CD
Panikinho Pode Crê!-Quais são seus planos, e como vê o futuro do hip hop nacional?
Mano Robson- Meus planos são continuar a caminhada, ajudar a quem precisa ser ajudado, assim como não fiz nada sózinho também. eu vejo o futuro do Hip Hop mais maduro, independente e consciênte de sua responsabilidade, ja vejo frutos disso como o Rapper Emicida que ja conhecia o trabalho dele como Freestyle, na na net, mas fiquei impressionado com a apresentação dele no III Encontro Paulista de Hip Hop, onde demonstrou maturidade, atitude, muito profissionalismo e respeito ao publico, sem contar outros de outras modalidades do movimento, éssa nova geração ta chegando aos poucos, e se destacando na cena nacional, O Amazon B.Boy por exemplo que mescla movimentos da dança com tradições da cultuta indígena, Varios Djs e Graffiteiros que também vem evoluindo o Hip Hop nacional para outro nivel. Mais uma coisa que tem que ser dita também, é que não devemos ser apenas bons artistas, mas sim, bons militantes, para o nosso proprio bem e para o bem do Hip Hop.
Panikinho Pode Crê! - Como foi sua passagem por São Paulo, a recepção, as pessoas, o clima
do movimento, entre outras coisas?
Mano Robson- Po cara! melhor seria impossivel, conheci vários mano e Minas que só tinha contato por fotos em revistas, internet , sites e-mails, fui muito bem recebido, vou levar uma boa impressão do que vi e vivenciei aqui, para o Maranhão e o Piauí, muitos esperam que os adéptos do Hip Hop sejam uma grande família no país,.nem sempre vemos éssa postura com todos, mas com certeza éssa articulação irá render frutos, para todos, como ja rendeu pra mim, e agora que éssa conexão esta feita, em breve muitos daqui de Sampa estarão lá também.
Panikinho Pode Crê! - Deixe uma mensagem para as novas gerações da musica negra contemporânea?
Mano Robson- então eu vou fazer o seguinte escrever uma mensagem em forma de ritimo e poesia, beleza!
"ACREDITE EM VOCÊ, NÃO DESISTA DA BATALHA
VIRE, EXEMPLO, PRUS MANO DA QUEBRADA
QUE TÃO SEMPRE ALI, MEIO SEM ENTENDER
JOGADOS NO MUNDÃO, COORDENADOS A SOFRER"
trecho de "No Vale de Ossos Part II" (Mano Robson)
Ouça o Cd " Nascido Pra Guerra"
http://palcomp3.com/manorobson/
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Robson Luis Moreira
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